Nossas Vidas 11º Parte ( Pris Jardim)


No dia seguinte resolvi que não mais ficaria parada vendo minha vida passar sem nada fazer por ela. Desde que nasci sempre me disseram o que fazer e a única vez que fiz alguma coisa pela minha cabeça tinha terminado do jeito que terminou, então resolvi recomeçar.
Escrevi uma carta para o Marcelo pedindo notícias e contando as últimas que me aconteceram. Contei também que só agora havia lido a carta e enviei, sem saber se obteria respostas.
Enquanto aguardava a resposta, peguei parte do dinheiro que o Rodolfo me mandará fui a cidade e comprei alguns vestidos novos, arrendei parte das minhas terras para o fazendeiro vizinho para a criação de gado. Fiquei com pedaço bom para minha horta e meu jardim, assim teria dinheiro e menos trabalho.
Não queria mais saber de amar, queria passar os meus dias ali aonde um dia fui muito feliz. Escrevi uma carta para o Rodolfo e esperei até o dia do mensageiro dele me trazer o dinheiro, isso se realmente aquele homem voltaria.
Na carta disse para Rodolfo ser feliz, mas que se eu não pudesse ver mais meus filhos que pelo menos ele me mandasse notícias deles, caso ao contrário eu iria até o inferno atras deles.
Em uma bela tarde de primavera, estava sentada em frente da casa olhando minhas rosas abrirem, quanto chegou correspondencia para mim. Era Marcelo que respoderá a carta. Fiquei feliz por ter contato com ele que até esqueci da raiva.
Na verdade a carta não dizia muita coisa, só dizia que nossos avós paternos haviam falecidos já a algum tempo e que a casa deles tinha ficado para mim e que a mesma estava abandonada a tempos esperando por mim. Dizia ainda que já sabia do Rodolfo e que ficará muito feliz e aliviado com noticias minhas e que se eu resolvesse ir para o Rio de Janeiro era para eu avisa-lo.
Achei estranho, pois não tinha noticias de nossos pais nem de nossos irmãos, mas fiquei feliz porque adorava aquela casa que ficava bem perto da praia e mais feliz por meus ávos me perdoarem e deixarem a casa para mim.
Então escrevi nova carta para Rodolfo dando conta do meu novo endereço e outra para Marcelo dizendo que iria assim que possível e chegando no Rio daria notícias, não perguntei mais pelos meus pais, já que ele não falou, também não perguntaria.Fui conversar com meu vizinho afim de saber se ele não queria arrendar toda a fazenda, já que não podia vender por que não tinha a escritura, ele aceitou e combinamos que assim que fosse para o Rio então ele poderia tomar contar e todo mês ele me mandaria uma quantia em dinheiro, assim não precisaria me preocupar em como me sustentar, uma vez que já estava com uma certa idade e seria difícil arrumar um emprego.
Estava tudo acertado em minha vida, mas eu ainda tinha que esperar o mensageiro, não queria correr o risco dele vir e eu não estar.
Alguns dias depois o mensageiro finalmente apareceu com aquele olhar vazio me entregou outro envelope sem dizer palavra e já foi saindo. Antes que se fosse entreguei o envelope à ele e lhe disse:
  • Por favor, entregue esse para o senhor Rodolfo.
Ele entrou na carruagem e se foi e assim 4 dias depois eu me mudei para o Rio de Janeiro em busca de uma nova vida.
Cheguei na antiga casa de meus avós e para minha surpresa ela estava limpa e arrumada, o jardim bem cuidado... não esperava por isso, afinal Marcelo disse que ela estava a minha espera por anos, imaginei encontrar tudo em ruínas.
Entrei e fui me instalar.

Continua... 

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