Nossas Vidas - Parte Final ( Pris Jardim)


Em uma tarde quente de verão enquanto estava passeando pela beira do mar, ouvi ao longe uma voz conhecida me chamando, por um momento não acreditei e quando chamou novamente eu olhei, era o Marcelo, meu irmão tão querido vindo em minha direção. Mal pude acreditar corri para os braços dele como fazia quando criança e sempre que chegava de viajem. Nos abraçamos fortemente.
  • Marcelo meu querido, pensei que nunca mais o veria.- Disse beijando-o muito e com os olhos cheios de água.
  • Calma minha querida, eu já estou velho, assim você vai me matar.- Disse ele dando uma gostosa gargalhada.
  • Marcelo, o que faz aqui?
  • Vim passar o Natal com minha irmãzinha, não posso?
  • Passar o Natal, que felicidade, já estava pensando como ia ser triste passar o Natal aqui sozinha, sempre passamos com nossos avós, que alegria!
  • É minha querida e não vim sozinho, Matheus veio comigo, afinal não ia deixar meu filhão sozinho.
  • Nossa Marcelo, nem posso imaginar, um Natal em família como nos velhos tempos.
  • Vamos então quero ver meu sobrinho que vi bebê.
  • Calma minha querida, antes precisamos conversar um pouco, vamos nos sentar.
Não gostei muito quando Marcelo preferiu conversar antes de irmos, se ele não queria falar na frente do filho é porque podia ser coisa grave.
  • Fale meu irmão, estou ouvindo.
  • Primeiro quero que saiba que fiquei muito feliz por você ter vindo pra cá, mas existem algumas coisas que você precisa saber antes de voltarmos.
  • Pode falar, nada mais me magoa.
  • Na sua carta você pedia notícias de nossos irmãos ,pois bem vamos lá, nossa irmã Vanessa se casou com um milionário e foi morar na França, como ela diz, na terra da moda, ela está feliz, não tem filhos, não sei se não pode ou não quer, ela vem uma vez por ano para ver nossos pais, e só.
  • Nosso irmão se casou com uma moça de boa família e finge que trabalha com o pai dela, ele se esforça, mas gosta mesmo é da boa vida, tem 2 filhos um 9 e outro 8, são uns amores estão sempre lá em casa alegrando a todos.
Eu ouvia calada e bebia cada palavra que ele pronunciava, mas estava ansiosa por noticias de nossos pais.
  • Como você sabe, nossos pais sofreram muito com tudo o que aconteceu, mas antes de falar deles, nossa outra irmã, Juliana, se casou com um homem que amava demais, mas ela não, viram bem por um tempo, mas hoje vivem de aparecias e devido a uma tuberculose que ela teve, não pode ter filhos.
  • Nossa Marcelo, tadinha, eu não imaginei que ela ficaria assim se seu soubesse...
  • Você não podia saber, ela podia ter viajado e esperado para encontrar um novo amor, ela era nova, não tinha necessidade de fazer o que fez.
  • Carla minha querida, nessa vida levamos aquilo que plantamos e não devemos culpar aos outros por nossos fracassos.Você mesma, foi abandonada, tiraram seus filhos e você está bem e feliz, assim espero.
  • Você está certo, só me falta ter meus filhos.
  • Mas esse é o preço que você pagou pela loucura que fez, mas não estou aqui para julga-la.
  • Agora nossos pais.
Quando ele disse isso me deu frio na barriga, não sabia o que estava por vir.
  • Nossos pais estão bem velhos, sofreram muito por sua causa e por causa da sociedade que é cruel e foi muito cruel, papai perdeu alguns negócios importantes, mas com minha ajuda e ajuda do tempo conseguimos nos reerguer sem muitos problemas, mas agora já não ligam mais para sociedade e querem te rever.
Meus olhos encheram-se de lágrimas, finalmente eu ia poder rever meus pais, abraça-los e pedir perdão por te-los feito sofrer tanto.
  • E quando vamos para São Paulo para eu vê-los?
  • Você não vai para São Paulo, eles viram comigo para passarmos o Natal com você.
  • Não acredito, eles estão aqui, então vamos logo pra casa quero abraça-los e beija-los muito.
Marcelo concordou fomos pra casa. Quando chegamos sentimos do portão o cheirinho da comida da Odete que já havia preparado um jantar de boas vindas para meus pais , meu irmão e sobrinho.
Entrei abracei-os forte pedi desculpas, choramos, mas depois jantamos uma deciliosa lazanha feita pela Odeta.
Na tarde de Natal recebi uma carta de meus filhos que li com lágrimas nos olhos, as cartas estavam cheias amor e carinho e com a promessa de eles virem me ver qualquer dia. Esse foi realmente meu presente de Natal, saber que poderia voltar a ver meus filhos, rever meus pais, meu sobrinho e meu querido irmão. Eles voltariam para passar o Ano Novo com meus outros irmãos que não me perdoaram e eu nem podia pedir isso a eles. Foi um dos meus melhores Natais.
Na tarde anterior da partida dos meus familiares fui caminhar na praia com Marcelo.
  • Meu querido irmão, obrigada pelo seu amor por mim, foi ele que me colocou de pé novamente, na verdade foi a raiva misturada com o amor que sempre senti por você, não amor de homem e mulher, mas amor de irmão.
  • Eu sei minha querida que nunca ficaria comigo, que sempre amei sozinho, e não seria capaz de cobra-la um amor que era só meu, mas fui feliz em meu casamento, tenho um belo filho, que me enche de orgulho e te vendo bem me basta.
  • Meu irmão nunca vou poder retribuir a você tanto amor e nem por todo o bem que você me fez.
  • Minha querida essa é minha vida, nasci pra cuidar de você.
  • Meu querido essa é nossas vidas.

Fim!!!

Conto escrito por: Pris Jardim

Comentários

Roselia Bezerra disse…
Caríssimos amigos
(no plural pois é extensivo aos seus leitores)

É com grande alegria interior que estou comemorando os 500 seguidores em meu Blog:

http://espiritual-idade.blogspot.com/

200 seguidores em meu Blog:

http://espiritual-poesia.blogspot.com

200 seguidores em meu Blog:

http://espiritual-mimo.blogspot.com

A Vitoria é nossa!!!
Pegue os seus mimos por lá... Vc os merece...

Excelente feriado com as bênçãos do Alto...
Com gratidão, carinho fraterno e amizade
SE DEUS É POR NÓS... QUEM SERÁ CONTRA NÓS???
Orvalho do Céu
P.S. Esse conto tem pouco de acontecer nos dias atuais onde reina o egoísmo... Pena!!! Muito bonito o seu carinho familiar na escrita... Bjks

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