Sonhos de um Anjo ( Pris Jardim) Parte 4

    
  Roberto começou a me explicar o que estava acontecendo. Ele me explicou que quando dormimos, nosso espírito se liberta temporariamente do corpo e podemos visitar lugares, pessoas, conversar com entes queridos que já desencarnaram desde que saibamos como fazê-lo.

-         Peralá! Você está me dizendo que quando eu durmo, é como se eu tivesse morrido? E se eu souber posso ir visitar o Egito por exemplo?
-         Quando você dorme, realmente é como se você tivesse morrido, mas não morreu. Porque seu espírito fica ligado ao seu corpo. Agora, ir visitar o Egito, aí, se faz necessário um pouco de prática.

Não lhe direi que também não me assustei quando ouvi isso do Roberto mas estava tão assustada que preferi prestar bem atenção ao que ele dizia e ele continuou me explicando.
Roberto me explicou que nós éramos muito ligados e que ele estava ali para me mostrar como as coisas aconteciam no plano espiritual. Tudo o que ele falava, para mim, era uma surpresa e muito difícil de acreditar também. Para mim, morreu virava anjo e ficava lá no céu, mas ele me explicou que não funcionava bem assim, que quando morremos o que morre é o corpo, a carne, mas o espírito continua. Alguns vão para lugares bonitos, trabalham, como na vida aqui na terra. Esses lugares eles chamam de colonias e existem várias delas. Outros espíritos vão para lugares nem tão bonitos assim e outros ainda ficam na terra sem saber que morreram.
Compreendi então que Roberto estava ali para me ajudar, que não estava maluca e que Deus era mais pai do que eu podia imaginar.

-         Beto, se tudo isso que você está me dizendo é verdade, para onde eu iria se eu tivesse morrido?
-         Acredite meu anjo, você não iria gostar muito.
-         Desse jeito você me assusta!
-         Angel, para onde vamos depois da morte do corpo físico, ninguém sabe ao certo, pois cada caso é um caso.
-         E você? Está morando onde?
-         Em uma colonia de jovens onde estudamos, trabalhamos e ajudamos as pessoas que necessitam de ajuda. Moro com minha avó! É muito bom morar lá e estou aqui hoje para ajudar a jovens como você querida.
-         Então é por isso que você vem e vai?
-         Não posso o tempo todo com você porque ajudo a outros jovens e você também não pode dormir o tempo todo! Agora preciso ir, se cuide.

      Quando acordei, ainda sentia o perfume das flores e a presença de Roberto. Estava atordoada mas sentia uma felicidade tão grande que nem pensei em mais nada. Levantei e fui direto para a casa da Samara.

-         O que aconteceu Angel? Você me parece um tanto aflita!
-         Sami, sonhei com o Beto de novo.
-         E o que ele te disse dessa vez, que a cuca vai te pegar se você continuar a fumar e a beber?
-         Não brinca Samara, é sério! Dessa vez ele me contou sobre como é o outro lado da vida.
-         Ah, quer dizer então que a vida agora tem dois lados! Eu acho que você está precisando de um psiquiatra.
-         Se eu não posso confiar nem em você, então eu vou embora.
-         Espera Angélica. Desculpe-me, eu vou lhe ouvir.

      Contei para Samara toda minha conversa com o Roberto. Ela não acreditava em nada do que eu dizia, conseguia ver isso só pelo jeito dela me olhar mas continuei assim mesmo. Mesmo sem acreditar em nada, ela quis saber quem era o Roberto, saber de nossa história antes de sua morte. Contei para ela.
       Conheci o Roberto quando eu tinha 4 anos, ele frequentava nossa casa por causa de um primo meu. Naquela época esse meu primo morava conosco. Roberto me trazia sempre balas e doces, quando podia saia comigo e fui crescendo como se ele fosse meu irmão mais velho. Eu tinha nele uma figura de pai e irmão. Meu primo por outro lado bebia muito e se drogava às vezes, mas Roberto não gostava daquilo e foi se afastando de Leandro. Quando Roberto tentava falar algo para Leandro referente às bebidas e às drogas, Leandro ria e chamava Roberto de “caretão”.
      Roberto não se afastou de vez de meu primo. Tinha ele esperança de ajuda-lo, dizia que amigo era para todas as horas. Ele era uma ótima pessoa, diferente dos outros da mesma idade.
      Sua morte foi em um acidente de carro. Roberto e Leandro haviam saído para comemorar a entrada na faculdade de medicina. Leandro para variar bebeu muito. Na volta para casa Leandro bateu o carro contra uma árvore. Os dois morreram na hora.

-         Se ele era tão careta assim, por que deixou seu primo dirigir bêbado?
-         Isso eu não sei. Ele morreu esqueceu?
-         Então foi por isso que seus pais se mudaram para cá?
-         Sim, foi. Eles não suportaram a morte do Leandro e acharam que mudando de vida apagariam tudo de ruim que havia acontecido.
-         Agora tudo faz sentido. O estado em  que seus pais ficaram quando souberam do acidente e esses seus sonhos malucos com esse seu amigo.
      Alguns dias se passaram e Samara ligou-me para me convidar à uma festa na casa da Fabiana. Em um primeiro momento exitei, mas como a festa era para comemorar a melhora do Roger e as festas na casa dela eram muito boas, resolvi ir. 

Continua...

Comentários

ValeriaC disse…
Minha querida vim te desejar uma semana divina, plena de amor, harmonia e alegrias...beijinhos
Valéria
Lucinha disse…
Pris, estou gostando d+ desta história! Já estou aguardando a outra parte, rs!

Muito obrigada por comentar em meu blog.

Um super beijo no coração

Fique com DEUS :)

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